Com formação presencial e online, Takaiúna, participa da montagem do espetáculo ‘1888’ na cidade de Cochabamba, Bolívia
O processo de aperfeiçoamento da escrita dramatúrgica, previsto no projeto “Dramaturgias Emergentes”, teve a primeira etapa com encontros on-line entre a residente Takaiúna e a dramaturga e diretora do grupo El Masticadero Claudia Eid Asbun. Durante a mentoria, Takaiúna também participou da formação Dramaturgias para mulheres com artistas bolivianas.
Agora, durante a segunda etapa do projeto, a atriz-dramaturga está na sala de ensaio de forma presencial na cidade de Cochabamba, na Bolívia, onde realiza trabalho de mesa, preparação corporal e montagem do espetáculo ‘1888’.
O texto escrito durante o processo de formação continuada faz parte de um repertório de dramaturgia própria. “Montar um texto autoral era um sonho que a muito tempo eu guardava, poder realizá-lo é uma conquista pessoal, mas, também coletiva”, esclarece Takaiúna.
“O exercício de trazer para cena histórias criadas e que de certa maneira alcançam um passado ancestral, têm muitos significados. Tratar de assuntos que foram silenciados por estruturas coloniais e patriarcais no teatro brasileiro e latino-americano é um desses significados”, diz.
Para Takaiúna, apesar das violências estruturais” a alegria da construção de ‘1888’, partir de duas mulheres, Claudia e eu, me deixa a vontade para partilhar experiências sobre o feminino na América Latina”, conclui.
‘1888’
De 1535 a 2022. A música, a dança e o corpo contam e vivem histórias. Em cena uma mulher conversa com um bebê sobre vida e a liberdade. Vozes preenchem o vazio do espaço. O tempo, o vento, os territórios e a ancestralidade comungam da espera. Estamos em 1888, 1889, ... 1892... em algum lugar onde a doença dá passos rápidos. 2000... 2003... em algum lugar onde há doenças. 2020, 2021, 2022 em algum lugar onde a cura dá passos lentos.
Em coprodução com o grupo de teatro independente El Masticadero o espetáculo ‘1888’ é uma dramaturgia autoral em processo de criação. Possui direção de Claudia Eid Asbún, preparação de corpo e voz de Ariel Hurtago, atuação e dramaturgia de Takaiúna e elementos de cena de Brazimar Rodrigues.
Durante a pesquisa para a concepção do espetáculo, elementos-pontes e histórias em comum entre Bolívia e Brasil estão sendo agregados nas cenas. As relações entre mitos, histórias contemporâneas em comum aos dois países, os processos de colonização global e interior também são marcas inseridas nas cenas construídas.
Dramaturgias Emergentes
O projeto Dramaturgias Emergentes surgi a partir da necessidade de pesquisas com texto para a cena construídos por mulheres. Assim, com a proposição de Takaiuna, em 2017 o projeto foi contemplado no Edital de Fomento ao Teatro 17/2017 na Modalidade: Formação continuada em teatro no Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás. Durante as ações foram previstas o aperfeiçoamento na construção de dramaturgias, a montagem de um espetáculo e quatro apresentações deste em território goiano.
Circulação
Com ensaio aberto de estreia na cidade de Cochabamba no dia 01 de outubro, ao retornar ao Brasil mais quatro apresentações estão previstas para acontecerem em Goiás.
Serviços
Projeto Dramaturgias Emergentes
Espetáculo ‘1888’
Co-produção El Masticadero
Atuação-dramaturgia: Takaiúna
Direção: Claudia Eid Asbun
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